domingo, 31 de janeiro de 2010

Espelho meu



A imagem - a nossa imagem - é o que somos: muito ou pouco. Hoje, como nunca, o que conta é a imagem. Um gesto, uma atitude menos pensada, uma palavra, um modo de estar, uma crítica podem ser, por si só, o bastante para construir ou deitar abaixo um percurso de vida. E, depois, neste fundamentalismo social tudo pode acontecer. Ninguém está livre das intrigas, das malícias e do bota-abaixo. É o nosso tempo. O tempo dos oportunistas e salvadores da pátria. E basta uma imagem para idolatrar ou não. Uma simples imagem.

Esta tela é um retrato onde as imagens reais ou virtuais se confundem. Aqui utilizei a representação de um espelho que reflecte uma imagem que comunica ou não. Coisas da vida e da arte. As pinceladas e o desenho repentino caracterizam esta faceta dos anos 90. Neste período o desejo de trabalhar era imenso, porque queria dizer tanto sem dizer nada. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de Johann Goethe:

“Falar é uma necessidade, escutar é uma arte.”

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