segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

13 Luas











Vou, já nesta quarta-feira, participar numa nova exposição de pintura com seis trabalhos recentes, na cidade de Tomar, e integrado no grupo 13 Luas. É uma colectiva de escultores e pintores, unidos apenas pela proximidade geográfica, sem um conteúdo estético comum, nem propósitos artísticos semelhantes. Pessoas de diferentes formações, de idades desiguais, com objetivos artísticos díspares, mas que a distância uniu. Uns escassos 30 quilómetros separam uns dos outros e foi a proximidade que fez nascer este grupo, para que haja também um caminhar conjunto, onde os trabalhos de uns se articulem com as obras de outros e, as exposições se sucedam num caminhar não solitário, como é norma, mas com muitos mais.





As exposições de artes plásticas são em regra, quase sempre, eventos com poucas pessoas, mesmo nas galerias mais conceituadas, porque as características e os propósitos são apenas, para um nicho de interessados e, se o artista tem poucos amigos ou não é um nome apelativo, quase ninguém vê, porque, diga-se, as exposições são muitas, e um pouco por todo o lado, até em locais isolados, em povoados com pouca gente. Quando se percorre a Europa e se olha para o panorama artístico é preciso destacar a grande diferença que existe na proporção demográfica. Aqui, as nossas cidades são pequenas e com pouca população, ao contrário do que acontece em quase todo o espaço comunitário, donde o melhor meio para divulgar o que se faz é mesmo a internet, no entanto, ver diretamente uma obra tem outro alcance e é para isso mesmo que os artistas, quase todos, precisam de expor temporariamente, porque é preciso dizer que a arte é uma realidade palpável e sentida, do melhor que o Homem transporta.






E vos deixo com as palavra de Fernando Pessoa , in Ideias Estéticas:



“Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes – tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte se vê, porque dura.”

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Última semana













Mais uma exposição que acaba e onde mostro, pela última vez, algumas obras, porque, a partir de agora, seguirão outros caminhos, que não os públicos. O resultado final de expor os trabalhos são uma consequência lógica de querer que outros vejam como são as pinturas, publicitar o caminhar e permitir o contacto real em que é mais percetível a técnica, o jogo de cores e o impacto da presença física que lhe é inerente.



É preciso sempre acreditar que vale a pena lutar por um ideal, mesmo quando tudo é apenas um mundo próprio, com regras e proveitos gerados no pensamento de encantos e magia. É maravilhoso ter desejos de novas descobertas, de prazeres contínuos nascidos de criações tão pessoais, onde se faz a belo prazer o que se quer. Depois da obra feita o que fica é a crescente necessidade de continuar a procurar, porque é mesmo preciso procurar sempre, mesmo que tudo pareça desencontrado e sem sentido. O tempo faz o resto.




Acabada uma exposição outra já a nascer com novas peças, que serão apresentadas pela primeira vez já a partir do próximo dia 1 de março e que a seu tempo divulgarei. Agora, ainda vivo o presente revisitando o espaço, para comungar com os presentes e familiares um pouco de mim. Gosto de ver as pinturas espalhadas por espaços novos e tentar descobrir o jogo comunicativo entre elas e os observadores, porque a pintura só faz sentido se contagiar alguém.







E vos deixo com as palavras do escritor norte-americano Dan Brown que um dia disse:



“Aquilo que realmente importa é aquilo em que acreditas.”



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Jogos de encantar
















Agora, e até ao final do mês, “Verdes são os campos” é a minha última exposição individual de pintura, exposta no Equuspolis/Museu Martins Correia, na Golegã. Depois seguir-se-ão outros espaços onde irei mostrar o que faço, mas integrado em colectivas.




Pessoalmente gosto, sobretudo, de mostrar o meu trabalho individualmente, todavia, reconheço que as exposições colectivas trazem mais público, porque, como é sabido, são sobretudo os amigos e familiares dos artistas que visitam os eventos artísticos e cada criador tem o seu grupo constante, porque são sempre momentos especiais de encontro, de confraternização e de amizade. Há exposições muito visitadas e outras quase sem viva alma e a razão não se prende só com a qualidade das peças, é, muitas vezes, um saber divulgar e cativar presenças.




Com muitos ou poucos visitantes procuro sempre fazer o mesmo: apresentar um conjunto harmonioso de obras que se enquadrem no espírito criativo do momento mais actual. O que para mim é fascinante é a descoberta constante que a pintura me traz e o múltiplos caminhos geradores de mais motivação e apêgo. Depois é sempre o mesmo rosário de queixume, mas o que quero é pintar e pintar e pintar. E, porque gosto tanto de ver nascer as formas através dos jogos de cor, me deixo encantar.




E vos deixo com as palavras de Simone de Beauvoir:



“É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente.”

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Passeios de domingo (II)











Esboços para uma nova série pictórica





Viajando no tempo depressa se regressa ao futuro. O que ontem foi, hoje já era. Tudo sucede num frenesim de eventos e de muitos sonhos desfeitos, com algum proveito nas curvas do destino, isto tudo para dizer que a aprendizagem dos dias é constante e, o que conta mesmo, é o instante vivido e saboreado logo, depois fica a memória, quando fica.




De repente uma lembrança adormecida nos convés do pensamento renasce e toma outra dimensão e significado. Agora estou a iniciar os primeiros esboços para uma nova série pictórica, que só foi possível neste meu viajar entre memórias, desejos e esperanças. Está a começar uma homenagem à criança através de figuras - tipo de hoje e de ontem, pelo menos neste caldo cultural, onde se estratifica quem é quem. E lá surgem as recordações de pessoas que o tempo transforma mas que a minha pintura teima em fixar, para que faça sentido gostar do instante e dos que amamos tanto, mesmo no silêncio e na ausência.




Basta, para mim, às vezes tão pouco, para que o pouco ganhe um significado e consistência que ultrapasse, talvez, as barreiras e chegue longe, bem longe, porque um pequeno gesto, uma frase, uma linha podem alcançar outros patamares. O que me fascina na pintura, como tantas vezes digo, ela é um pedaço de mim, e eu só quero descobrir apelativos prazeres estéticos, onde faço surgir os que me rodeiam, procurando sempre mostrar o lado mais encantador da natureza humana, sem selva, nem artimanhas, porque a vida é breve e eu estou farto de negatividade.




E vos deixo com as palavras de Leonardo da Vinci que escreveu in “Tratado da Pintura” :



“A pintura é uma poesia que se vê e não se sente, e a poesia é uma pintura que se sente e não se vê.”