sábado, 25 de janeiro de 2014

Viver

 
 
 
 

 
João Alfaro
 
“Maja”, 2014
Pintura sobre tela de 81x100cm
 
 
 
Acabei de ler o livro ensaístico de Maria Filomena Mónica : “A Morte”. Por razões familiares – agora - este é um tema muito presente nos meus pensamentos diários. Houve, em tempos idos, um período longo em que pensei muito sobre os fins dos dias. Voltei, infelizmente, de novo, a repensar toda a dimensão da natureza humana e o que significa o desaparecimento de alguém. Há aqueles que nunca mais voltam e, há também, os que podendo voltar, não regressam mais, embora estejam sempre presentes, tanto lá, como cá. Quer uns, quer outros partiram, deixando ou não saudades. Simplesmente se foram. Tragicamente ou não. E a vida continua. Com cinzas ou doirados dias se fazem as jornadas, em que a maravilha do querer viver deve ser a sublimação do futuro, pois esta é a força anímica que nos leva a acreditar nos desejos, mesmo que sejam só sonhos.
 
 
“Maja” é mais uma pintura das muitas que quero fazer, neste meu caminhar de desejos e sonhos. E, porque os dias são sempre uma esperança, mesmo quando sofridos; porque nada melhor que saber descobrir o possível no impossível; porque de magia e arte se fazem os meus dias, tenho tanto para realizar, que receio não chegar a tempo de concluir o que quero dizer com as armas que tenho na mão: pintar.





Para breve, na descoberta dos prazeres que a vida nos dá, de novo, vou expor numa outra galeria, um conjunto temático de pintura, onde procuro mostrar quanto é doce saber viver.



 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Machado de Assis:
 
“A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.”
 


domingo, 19 de janeiro de 2014

Fio do Tempo

 
 
 
 




 
18 de Janeiro de 2014
Algures perto da Gouxaria.
 
 
 
 
 
Nada melhor que um encontro com gente amiga para animar o desassossego, que a angústia dos dias cinzentos gera nos pensamentos perdidos, e, na incerteza dos desejos do fio do tempo.
 
 
 
 
 
 
E, vos deixo com a voz de Cesária Évora e “Sodade”, depois de uma noite de tertúlia com amigos das artes e,...do saber viver os momentos especiais.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


sábado, 11 de janeiro de 2014

2014 chegou com "Margarida"

 
 
 
 
 
 

João Alfaro
“Margarida”
Pintura sobre tela, 2014
 
 
 
 
 
Enquanto espero - muito e muitas vezes - vou mentalmente escrevendo, construindo imagens e lendo. Romanceando, sobretudo. Afinal, sou um construtor de imagens que contam histórias sem história e sem conto. Apenas sugestões. Aparências. Enganos. E nada mais.

 

 

 

E, enquanto pinto as aparências e os enganos, a música é a minha companhia. A minha música, diga-se. Sou eu que escolho o que quero ouvir, com a qualidade sonora que as novas tecnologias permitem, sem os ruídos, nem os diálogos radiofónicos das conversas perdidas. Quase sempre tudo do que escuto, gira à roda daquilo que fui adquirindo na harmonia dos sons, ao longo de tantos anos, aqui e ali. Pintar é, para mim, um ato quase sempre solitário e, por isso, me sabe bem ouvir cânticos vocais, como complemento e companhia, enquanto as tintas se misturam na superfície das telas. E oiço repetidamente certos temas até à exaustão. Depois, como tudo na vida, vou à procura de algo novo. Os anos passam,  assim, neste meu caminhar de opções. 2014 chegou com "Margarida".
 


 
 
 
E vos deixo com a voz de Jonas Kaufmann na ária Una Furtiva Lágrima da ópera Elixir Do Amor de  Verdi.
 
 
 
 
Fiquem bem. Sejam felizes.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


sábado, 4 de janeiro de 2014

Eu quero a Lua

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eu quero a Lua. Sempre quis. Desde criança que quero  ter este mundo e o outro. E tive tudo, mas a Lua não. Queria andar, descobrir, possuir tudo. Tudo. E, ainda hoje - viajando pelo maravilhoso e criativo universo sem fim que a imaginação tece -, vejo-me percorrendo caminhos, todos bons e sempre com finais felizes. E de tanta felicidade acordo para a realidade. Agora com tanto queixume até me sinto mal. Todos querem coisas aparentemente concretizáveis. Eu quero o impossível: a Lua. E nunca a terei. Nunca. Os anos passam e tudo fica diferente. Até os desejos. E a Lua está mais longe de mim, ou não fossem os sonhos finitos.
 
 
E é neste deambular entre  a realidade e a ficção que os meus dias passam. Umas vezes acreditando que o meu caminho está certo, outras vezes sabendo que me enganei no percurso. Entre as certezas e as dúvidas resta-me acordar e olhar a luz. E continuar.
 
 
2014 é mais um ano que quero conceber outros sonhos, ou seja: pintar mais e mais. Depois, outros julgarão o meu trabalho. E nada mais me resta senão olhar para a Lua e só olhar. De longe. De muito longe. 
 
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Platão:
 
“Os olhos do espírito só começam a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer.”