sábado, 4 de janeiro de 2014

Eu quero a Lua

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eu quero a Lua. Sempre quis. Desde criança que quero  ter este mundo e o outro. E tive tudo, mas a Lua não. Queria andar, descobrir, possuir tudo. Tudo. E, ainda hoje - viajando pelo maravilhoso e criativo universo sem fim que a imaginação tece -, vejo-me percorrendo caminhos, todos bons e sempre com finais felizes. E de tanta felicidade acordo para a realidade. Agora com tanto queixume até me sinto mal. Todos querem coisas aparentemente concretizáveis. Eu quero o impossível: a Lua. E nunca a terei. Nunca. Os anos passam e tudo fica diferente. Até os desejos. E a Lua está mais longe de mim, ou não fossem os sonhos finitos.
 
 
E é neste deambular entre  a realidade e a ficção que os meus dias passam. Umas vezes acreditando que o meu caminho está certo, outras vezes sabendo que me enganei no percurso. Entre as certezas e as dúvidas resta-me acordar e olhar a luz. E continuar.
 
 
2014 é mais um ano que quero conceber outros sonhos, ou seja: pintar mais e mais. Depois, outros julgarão o meu trabalho. E nada mais me resta senão olhar para a Lua e só olhar. De longe. De muito longe. 
 
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Platão:
 
“Os olhos do espírito só começam a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer.”


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