terça-feira, 29 de setembro de 2015

A vida de uma pessoa

 
 
 
 
 
 Barcelona, Caravela Gourmet, em Carrer de Manso 13
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Leiria, Teatro José Lúcio da Silva
 
 

Este é um blog sobre o meu trabalho: um olhar pelo percurso pictórico, onde a expressividade temática revela um modo de estar e sentir, que é apenas o vislumbre do verdadeiro eu, tão comum ao sentir dos mortais. Longe vão os tempos dos blogs: todos tinham algo a dizer, aqui, na net. Como acontece sempre, a vontade se esvai e, depressa o esgotamento dos dizeres e do querer continuar finaliza tanto contar, de coisa nenhuma. Mas eu não sou de desistir. Vou ficando. Comigo e com as minhas memórias.

 

Neste meu desconjuntado escrever, confesso que gosto de mostrar o que faço: pintura. As telas, os desenhos e quase tudo o que envolve o meu labor, por razões logísticas e comerciais não são vistas, in loco, pelo grande público (nas artes plásticas entende-se público como meras dezenas de pessoas), logo o melhor meio de chegar a tantos, pelas razões variadas é aqui. Nada mais simples que clicar para mostrar e dar a conhecer tanto empenho, mesmo que tudo seja um irrelevante egocentrismo, ou não fosse a arte um universo do eu.

 

Agora até com duas exposições em simultâneo, uma em Barcelona numa pequena amostra composta com 8 telas; e outra em Leiria numa retrospetiva dos últimos quinze anos com 44 pinturas. Os projetos inovadores e catalisadores são o meu viver, mas o que acontece é sempre mais do mesmo: o tempo não me chega para a fantasia nem para o sonho. Eu bem queria ser diferente, mais próximo, mais justo com os outros até, mas vivo neste limbo, que é razão para tanta entrega, que um dia – sei bem - tudo ficará reduzido a pó, ou não fosse a natureza humana um simples grão.

 

E vos deixo com as palavras de Gabriel Garcia Márquez, escritor e jornalista colombiano que um dia disse:

 

“ A vida de uma pessoa não é o que lhe acontece, mas aquilo que recorda e a maneira como o recorda…”

 

 

 
 


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Retrospetiva 2000-2015

 
 

 
 
 
 
 

 

 
 
 
 
João Alfaro
Pintura
“Retrospetiva 2000-2015”
 
 
Agora, neste aproveitar o possível, com a mesma fantasia e a determinação de sempre, um novo projeto, que é apenas mais do mesmo, no circuito que me circunscreve. O pior é desistir, e isso não. Há quem tenha engenho e arte, mais o saber da utilização das leis mercantilistas, pelos caminhos certos do ir longe... mas eu não!
 
Há tanta gente que cria convictamente tanto de tanto e, no entanto, pouco impacto conseguem alcançar, neste leque de ofertas mil. Eu sou apenas um criador, que faz do momento criativo o melhor dos prazeres mundanos, num ilusório modo da significância do existir, como afirmação de valores que apenas se enquadram nos sentimentos do afeto.
 
Faço do meu trabalho uma ilustração do observado, do sentido e do vivido. Todas as obras pictóricas são retratos de gente real, uns próximos, outros resultantes de encontros esporádicos ou apenas de vislumbres momentâneos, ou não fosse a arte uma expressão da vida, em que alguns apenas são memórias ocultas, outros não.
 
Apaixonadamente os dias sucedem-se numa procura constante por linhas condutoras de novas ideias e descobertas salutares. Esta retrospetiva, que engloba parcelarmente obras dos últimos 15 anos, é um olhar temático sobre o melhor que há: o outro. Até 30 de outubro no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, com entrada livre das 18 às 22 horas.
 
 
E vos deixo com as palavras de Jorge Santayana, filósofo, poeta e ensaísta espanhol, que um dia disse:
 
“Um artista é um sonhador que consente em sonhar o mundo real.”