domingo, 25 de novembro de 2012

Se



 
 


"Posturas Privadas", 2012

Pintura sobre tela, 100x100cm




 

 
Se tudo tivesse sido diferente.
Se as pessoas que conheci fossem outras.
Se as que amei me prendessem.
Se os que vi partir não tivessem ido.
Se o que vivi não vivesse.
Se o que vi fosse mentira.
Se o que nunca senti fosse sentido.
Se o sonho fosse realidade.
Se as dúvidas fossem outras.
Se eu fosse diferente.
Se depois de tudo.
Se…


domingo, 18 de novembro de 2012

Farto





 
 
 
 
 
Estou farto. Farto dos telejornais; farto dos blogs lamechas; farto das conversas e dos glutões do costume. Tudo desemboca, sempre, no mesmo: crise e desencanto. O poder político tradicional já não convence. É tudo gente desacreditada. A apreensão é grande. A realidade mudou de vez. Nada é como dantes. Ou quase...nada.
 
 
Não mudo o mundo mas, não sou como a avestruz. Nunca acreditei que do ar se fizesse ouro e da preguiça riqueza. Nesta onda de fingimento e de valorização do que não existe, a vida é para ser vivida um dia de cada vez, que é como quem diz: o futuro é uma incógnita crescente, porque o amanhã é a certeza da incerteza. E há os outros: aqueles que sabem como viver, porque o mundo é dos espertos e,… só deles!
 
 
Resta-me o mesmo do mesmo: pintar. É uma benesse, bem sei, dado que é o caminho onde encontro a paz e o sentido deste andar, longe dos pareceres dos mandantes. É uma fantasia vivencial, reconheço, que tem os dias marcados pela incerteza dos demais, porque sinto-me como peixe na água enquanto pinto, ouvindo a minha música operática e longe das agruras comportamentais de muitos. Cada novo dia é a esperança em criar algo de novo que seja apelativo e congregador. E feliz me sinto, tendo oportunidade de pintar. O que é incomensurável. Podem crer.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Victor Hugo que disse:
 
“A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.”


domingo, 11 de novembro de 2012

A luz ao fundo do túnel






 
 
“Márcia”, estudo prévio.
Pintura sobre tela ( em construção).
 
 
É um regalo. Todos sabem como melhorar as finanças do país. Alguns dos meus conhecidos conhecem a fórmula mágica. É tão simples: renegociar, criar emprego, blá, blá, blá. Facílimo. É nesta maré de demagogia e ignorância que, todos os dias, oiço a solução para os males deste pequeno retângulo peninsular. Eu, que não sei fazer contas, prefiro desviar a minha atenção para outros interesses, sabendo, no entanto, que ando apoquentado e o sono nunca mais foi o mesmo, desde a descoberta do descalabro das contas públicas. Valha-me não Deus, mas a pintura e este meu caminho de ilusão e fantasia. Hoje pinto mais um retrato; amanhã acordo ambicionando fazer uma obra-prima mas, tal como os meus conhecidos, também não sei nada de nada, julgando saber, porque mesmo pintando apaixonadamente desde criança, as obras ficam sempre àquem do expectável, todavia, não desisto deste caminho de persistência, mesmo na solidão e no silêncio, ou não fosse a arte da vida, afinal, a luz ao fundo do túnel.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Mark Twain:
 
“Não abandones as tuas ilusões. Sem elas podes continuar a existir, mas deixas de viver.”
 


domingo, 4 de novembro de 2012

Diálogos sem fim

 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
“Diálogos sem fim”, 2012
Pintura sobre tela, 100x100cm
 
 
 
Tudo se diz com relativo acerto ou nos seus antípodas. Todos têm opinião, mas as questões apenas se afloram, acusam muitos. A certeza é a ciência dos eruditos e, estes são gente rara, existentes em parte incerta, dizem os do costume. E eu? Eu não sei a que horas há comboio.
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Baron de Mostequieu que disse um dia:
 
“Quanto menos os homens pensam, mais eles falam.”