quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

As grandes coisas



Todos queremos fazer grandes coisas. E fazemos grandes coisas quando pensamos e ajudamos os outros; quando deixamos um legado para os nossos e para as gerações vindouras; quando lutamos por ideais sem fomentar o ódio e o rancor; quando deixamos de olhar para o nosso umbigo e pensamos com olhos de ver; quando dizemos não à hipocrisia; quando olhamos o nosso semelhante como se fosse o nosso retrato. Isso, sim, são grandes coisas.

Esta aguarela é o retrato da figura maior da poesia portuguesa e do simbolismo da luta por uma nação com séculos e de muitas lutas (certas e erradas) que fazem a História deste povo. Este trabalho nasceu para responder a um pedido editorial. Tecnicamente o processo é simples: primeiro prepara-se o papel ( lavado com água) e depois o desenho com o lápis de cor amarela ( de preferência) para a construção das linhas e finalmente num prato branco misturo as tintas. História da Minha Pintura.

E vos deixo com o soneto “Cá nesta Babilónia” de Luís de Camões:

“ Cá nesta Babilónia, donde emana
Matéria quando mal o mundo cria;
Cá, onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;

Cá, onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;

Cá, neste labirinto, onde a Nobreza,
O valor e o Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza;

Cá, neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião! "

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