Vivemos tanto. Tantas lembranças, tantas coisas boas e más fazem parte deste nosso caminhar. Por aqui e mais por ali. E de tanto caminhar perdemos a precisão dos sítios, dos actos, das vivências. E algures se viveu este ou aquele episódio, neste ou naquele sítio. Algures.
Esta pintura em tela é um retrato tendo como fundo uma paisagem onde o lugarejo invade a serrania algures por aí. Como é usual, na minha pintura, procuro contextualizar ambientes e acções. Aqui o pretenso diálogo é predominante na temática pictórica. As poses e o lugar procuram clarificar a atmosfera entre as personagens. Cores, enquadramento e formas definem este trabalho que foi executado, como sempre, do mesmo modo: primeiro desenho; depois pinto sobrepondo as cores até encontrar os tons julgados correctos. História da Minha Pintura.
E vos deixo com o excerto do poema “Conversa Sentimental” de Paul Verlaine, in “Festas Galantes”:
“ No velho parque deserto e gelado
Duas formas passaram há bocado.
Com os olhos mortos e os lábios moles,
Mal se ouvem, a custo, as suas vozes.
No velho parque deserto e gelado
Dois espectros evocaram o passado.
-Recordas-te do nosso êxtase antigo?
- Porque razão acha que ainda consigo?
Bate ao ouvires meu nome o coração?
Vês ainda a minha alma em sonhos? – Não…”
Esta pintura em tela é um retrato tendo como fundo uma paisagem onde o lugarejo invade a serrania algures por aí. Como é usual, na minha pintura, procuro contextualizar ambientes e acções. Aqui o pretenso diálogo é predominante na temática pictórica. As poses e o lugar procuram clarificar a atmosfera entre as personagens. Cores, enquadramento e formas definem este trabalho que foi executado, como sempre, do mesmo modo: primeiro desenho; depois pinto sobrepondo as cores até encontrar os tons julgados correctos. História da Minha Pintura.
E vos deixo com o excerto do poema “Conversa Sentimental” de Paul Verlaine, in “Festas Galantes”:
“ No velho parque deserto e gelado
Duas formas passaram há bocado.
Com os olhos mortos e os lábios moles,
Mal se ouvem, a custo, as suas vozes.
No velho parque deserto e gelado
Dois espectros evocaram o passado.
-Recordas-te do nosso êxtase antigo?
- Porque razão acha que ainda consigo?
Bate ao ouvires meu nome o coração?
Vês ainda a minha alma em sonhos? – Não…”
identifico esta série em um outro trabalho onde as personagens se encontram numa mesa de café ou esplanada e que ja apresentaste aqui no blog há algum tempo...
ResponderEliminar"Vivemos tanto."...e no entanto importa as ligações feitas pelo caminho??!! mesmo perdendo "a precisão dos sítios, dos actos, das vivênciase"... o que se deixa para trás…talvez porque afinal o que nos sustenta é a consciência que temos... mesmo podendo ser tudo falso o que considerávamos perpétuo nas nossas certezas e definições... nunca nos darmos por vencidos… acabar com as certezas não quebra porque a estabilidade vem de dentro e não de fora…
ResponderEliminarGosto bastante da maneira como organizas este teu Blog...gosto das pinturas...depois dos textos explicativos mas com um não sei quê de poesia escondida...e depois o poema mesmo!! ...sempre de autores que adoro!!! é muito bom ter encontrado este lugar...e como dizia Eugénio de Andrade"...lugar onde as maças brancas são mais doces"...
MC