segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Balelas








Balelas. Podem dizer o que quiserem. Podem fazer isto e aquilo. Podem inventar tudo. Podem mover montanhas mas, há a verdade das coisas, independentemente das leis dos Homens. Leis que valem o que valem. E valem muito pouco quando condenam inocentes e libertam criminosos. E, quando assim é, o que conta são os factos. Factos são factos. O resto são balelas. Balelas.


Estes desenhos são a expressão do jogo que, como todos os jogos, se compõe de emoção e de desejo de conquista onde se luta, umas vezes, com a verdade e, outras, com a falsidade . Aqui traços rápidos procuram registar o movimento e as características das posturas dos intervenientes. Para captar a síntese do jogo procurei apenas a essência formal utilizando a tinta-da-china e o papel. História da Minha Pintura.


E vos deixo com o poema "Mentiras" de Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas":

"Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?

Ai, se o sei, meu amor! Eu bem distingo
O bom sonho da Feroz realidade...
Não palpita d`amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!

Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais

Que um desengano que nos custa tanto!"

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