É na grande cidade que está tudo. Gente com fartura, rebuliço e coisas sem fim. É aqui, no meio da multidão, que se busca. Busca-se o sustento, a riqueza e o encontro dos desejos. É aqui que sentimos o espírito social e a solidão ou a comunhão dos afectos. Tudo acontece na grande cidade. Há de tudo para todos os gostos. O melhor e o pior. Como tudo na vida. Na grande cidade.
Esta tela, de grandes dimensões, é o retrato panorâmico de Lisboa que tem as cores, a arquitectura e a morfologia que tanto apaixona quem a visita. É o traçado urbanístico; é as gentes; é a História; é o rio, é tanta coisa; é Lisboa afinal. Procurei captar o que julgo corresponder ao olhar arquitectural da capital, sem gentes e no silêncio: a minha Lisboa. Para fazer este trabalho foi preciso utilizar fita métrica, régua, esquadro e fios para me indicarem a perspectiva. História da Minha Pintura.
E vos deixo com um extracto do poema “Lisboa” de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa), in “Poemas”:
Lisboa
“Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores…
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, isto é monótono…”
Sem comentários:
Enviar um comentário