sexta-feira, 26 de junho de 2009

Londres, 1995





Não vou falar de Londres.

Não vou falar das visitas sem fim aos museus. Não vou falar das exposições que vi. Não vou falar dos passeios. Não vou falar da ida à ópera. Não vou falar dos concertos. Não vou falar dos bares e cervejarias. Não vou falar da parada militar. Não vou falar da poluição nas ruas. Não vou falar que comi tanta, tanta carne de vaca, antes de saber da doença das vacas loucas. Não vou falar do metro. Não vou falar de compras. Não vou falar do sentir e ouvir o inglês autêntico. Não vou falar da sensação de ter estado no centro do mundo. Não vou falar da paisagem humana e das cores de uns e outros. Não vou falar da riqueza. Não vou falar da pobreza.

Falo do prazer da música que trouxe de Londres nestes cds e das caixas de tintas que ainda hoje estão quase novas. Falo do ouvir, dias a fio, os excertos musicais, desta caixa que comprei na capital britânica e que comigo levo, muitas vezes, quando vou de carro. Falo do desejo de pintar, em guache( e por isso comprei a caixa de guaches), após ver um trabalho lindíssimo de Picasso numa galeria. E mais não falo.

1 comentário:

  1. adorei a forma encontrada para falar de ... com o não vou falar de ... falar de tanto e mais não falar; nunca se diz tudo, sempre se diz muito, basta um pouco para muito dizer, basta um pouco para entender. Tudo aqui tem uma medida certa. A perfeição de facto pode existir. E encontrar-se na maior simplicidade sem ser esperada.

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