Depois de descobrir o prazer da aguarela, de prazer se trata, entrei num novo campo da divagação e da multiplicação temática. Vamos ao início da história, se se de história se trata. A tela tem atrás de si um historial e uma carga emotiva muito grande, que irei um dia destes relatar. A aguarela, pelo contrário, porque tem como suporte o papel, traz consigo uma emotividade substancialmente diferente, segundo o meu julgamento e juízo crítico, que vale o que vale.
Quando preparo uma tela é preciso um tempo de maturação e uma busca até angustiante sobre questões formais, materiais e conceptuais. A aguarela tem também um tempo de sofrimento, comum aliás a toda a produção artística seja ela do escritor, do gravador, do realizador ou de outro qualquer criador estético. Confesso que a parte inicial é sempre a mais difícil de executar. O desenho está muito subjacente e como a linha é a excelência da minha representação visual, o nascimento e respectivo enquadramento figurativo chega a ser um tormento.
O prazer que a aguarela me dá reside sobretudo na liberdade temática que me leva por caminhos do surreal, do metafísico, do bucólico, em suma, por todo o lado. E, por todo o lado, a tela e a pintura de cavalete não são impeditivos. Pois não. Mas eu não consigo. Com a aguarela o infinito temático é o limite. Com outros materiais, nomeadamente a idolatrada pintura a óleo, eu não consigo. Eu sou assim.
Tal como pediste, aqui estou para comentar o blog. Gosto da estética. A opção pelo fundo branco seria o único expectável de em pintor; daqui tudo parte e onde tudo se mistura.
ResponderEliminarA citação de Pessoa, gostaria de juntar uma outra de Torga, que me guia dia a dia: "Falta-me ainda um verso...".
Um abraço, voltarei.
Reinaldo
Obrigado pelas palavras cordiais e amigas.
ResponderEliminarParabéns Pai.
ResponderEliminarAtravés deste blog levarás as tuas belas criações aos quatro cantos do mundo, aliando a pintura, à música e à literatura num espaço a visitar regularmente.
Rui Alfaro