Momentos há que só queremos saborear. Saborear o instante. Saborear o pensamento. Saborear a paisagem. E, porque sabemos saborear, o que é pouco, pode ser muito; e o que é muito, pode ser pouco.
Esta tela em madeira -material que raramente uso, mas que gosto muito, dada as suas características de durabilidade, dureza e porosidade -, faz parte da série que fiz em 99, e que tinha como propósito representar, em simultâneo, duas realidades: pintura e instalação. A pintura existe dentro dos limites das formas irregulares da madeira; a instalação era resultante do conjunto das telas que, ao apresentarem as diferentes formas irregulares e singulares, conferiam uma mensagem pelo conjunto que formavam no todo. História da Minha Pintura.
Recordo hoje as palavras de Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”:
“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha.”
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