sábado, 5 de junho de 2010

Mil imagens




É uma vida de imagens a nossa: umas observadas, contempladas e saborosamente fruídas; outras, apenas e só ... imaginadas -virtuais como o pensamento dos desejos não concretizados. É assim, nesta linguagem, que decorre a versão dos acontecimentos do nosso dia-a-dia, sempre com mais novas imagens (reais e virtuais). É o nosso tempo. E tal como as imagens, as pessoas também passam. Passam e deixam saudades. Também passam e saudades levou-as o vento. E as memórias também.

Estas telas são retratos que fui fazendo paulatinamente, pelo prazer de ver nascer as formas que, conjugadas com as cores, traduzissem a aparência do modelo. Gosto muito de descobrir - nos outros -, aqueles gestos únicos que caracterizam a postura e a beleza da personagem que habita em todos nós.

Como sempre, sou muito rápido a fazer os meus projectos pictóricos. Dois dias foram suficientes para desenhar e pintar cada uma destas peças. É sempre igual, todos os dias: uma luta quase titânica e enfurecida, pelo desejo de conseguir a aparência fisionómica.Trabalho por séries e estes conjuntos pertencem naturalmente a momentos diferentes.O que os une é o tema comum, desta variedade formal que é o rosto de cada um. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de Jean-Paul Sartre:


“O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter.”

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