segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pensamentos íntimos



Não vou falar de mim. Não direi nada dos meus. Não revelarei quem faz parte das minhas amizades. Não quero dizer nada da vida, apenas quero contar como é. É sempre a mesma coisa. Tudo, todos os dias, se repete: os gestos, as atitudes, as rotinas, os prazeres e, naturalmente, os desencantos. De pintura falo, obviamente.

Tudo começa com ideias que se multiplicam e, de tanto pensar, vou saltitando por aqui e por ali, na recordação ou no julgamento das situações. E, quando pinto, assaltam-me tantos episódios do presente, do passado e também do futuro desejado. Pensamentos que me alegram ou, como acontece muito, me deixam de rastos. E de rastos fico, quase sempre, porque a pintura é sofrimento e sempre angústia.

Este meu trabalho, em madeira recortada, de 2001, é, como todas as outras obras, um olhar pelo que me cerca neste labiríntico mosaico de formas e situações. A representação de arquitecturas cromáticas e a luz formam este painel, que representa um tempo e um espaço. História da Minha Pintura.

E vos deixo com as palavras de Gustave Flaubert:

“A moral da arte reside na sua própria beleza.”

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