sábado, 24 de abril de 2010

Nada de novo









Se Nada Há de Novo
Se nada há de novo e tudo o que há
já dantes era como agora é,
só ilusão a criação será:
criar o já criado para quê?
Que alguém me mostre, sobre um livro antigo
como quinhentas translações astrais,
a tua imagem, na inscrição, no abrigo
do espírito em seus signos iniciais.
Que eu saiba o que diria o velho mundo
deste milagre que é a tua forma;
se te viram melhor, se me confundo,
se as translações seguem a mesma norma.
Mas disto estou seguro: antigos textos
louvaram mais com bem menores pretextos.


William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira

Os tempos mudam e a arte tem de acompanhar as mudanças. Criar obras que tragam algo de novo é o grande desafio de qualquer artista. Uns depressa encontram o caminho, os meios e os processos que os identificam e os valorizam; os restantes andam por aí em busca do mesmo que todos conhecem e na repetição do já visto. O drama maior é o desencontro com o tempo, que, como se sabe, acontece em todo o lado, com muita gente. Infelizmente.

Estes desenhos são registos prévios de buscas por novas ideias. Ideias que devem ser sempre originais e geradoras de outros caminhos, no entanto, a descoberta nem sempre acontece. Aqui o importante é o prazer de ver nascer formas. A arte é um prazer embora a sua criação seja sempre um parto doloroso. História da Minha Pintura.

E vos deixo com a música electrónica que não me deixa saudades nenhumas…

Sem comentários:

Enviar um comentário