Foram tantas as vezes que vivi vendo e saboreando a música e os dançantes. Perdi a conta a tantos bailes, a tantos episódios onde os sons e a agitação dos corpos rodopiavam em consonância com o espírito das festas. E dessas memórias ficaram ilustrações díspares: ambientes formais ou não; protocolos de curta duração; encontros e desencontros; conversas do faz-de-conta. Outros tempos. Outras músicas. Outras gentes.
Esta tela é um jogo de cores e formas. Muitos elementos e tonalidades múltiplas procuram captar a ambiência de um espaço fechado, que se abre ao exterior, e que nos dá um retrato das diferentes posturas de um momento de devaneio, que nasce da música situada fora de portas, num contexto desencontrado.
Esta pintura da fase “boteriana” caracterizada por exageros formais, cores fortes e rapidez na execução temática procura captar a essência do sentir de momentos, onde a perspectiva visa acentuar a profundidade e preencher o espaço com uma multiplicidade de elementos. História da Minha Pintura.
E trago hoje a música que enche os corações:
“Valsa da Meia Noite”.
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