Recordo hoje as palavras de Fernando Pessoa, in "Cancioneiro".
Dorme, que a Vida é Nada!
Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.
Não há lugar nem dia
Para quem quer achar,
Nem paz nem alegria
Para quem, por amar,
Em quem ama confia.
Melhor entre onde os ramos
Tecem docéis sem ser
Ficar como ficamos,
Sem pensar nem querer,
Dando o que nunca damos.
Esta pintura em tela, 70x100 cm é o meu último trabalho que sofre o mal de muitas das minhas obras: nunca estão acabadas porque sou como o Bonnard - este, mesmo nos museus, à sucapa dos vigilantes, repintava as suas telas -, eu pinto e repinto sempre que não gosto e, pouco a pouco, as tonalidades ficam diferentes, com tantas mudanças. Aqui, neste meu trabalho, tenho consciência que ainda não está tudo como quero. Vou parar de novo e, um dia destes, em breve ou não, dou mais uns retoques. História da Minha Pintura.
E vos deixo com a música de Beethoven e “Fur elise”.
Neste post gosto muito de tudo: da sua pintura, do poema (como, em geral, de Pessoa) e de Beethoven (com "Fur Elise" em especial)
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