Falas de Civilização, e de não Dever Ser
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Esta minha pintura em tela é um retrato de uma rua com casas e lojas definidoras de um tempo e de um modo de vida. Bem ou mal é como vivemos. Comunicamos quando comunicamos; estamos sós ou acompanhados; trabalhamos ou nada fazemos. Todos os dias é a sina de cada um com muita ou pouca liberdade; com prazer ou sem ele; com esperança em melhores dias, ou não. É assim em todo o lado.
Utilizei régua e esquadro e fiz estudos de cor prévios para combinar as tonalidades complementares. A perspectiva procura dar uma noção do espaço onde, as personagens se destacam pela pose e pelo jogo de luz e sombra . História da Minha Pintura.
E vos deixo com a música de Gerswin e“Sommertime” da ópera “Porgy and Best”
Sem comentários:
Enviar um comentário