O valor é um conceito subjectivo. O muito e o pouco também. E porque funcionamos com interesses e objectivos díspares, o que é bom para uns, não o é para muitos outros. Vive-se e morre-se com mesquinhos jogos de posse deste ou daquele bem. Bem que é importante quando consideramos de muito valor, quer pela urgência do seu uso e devaneio, quer pela simbologia ou encanto. E porque somos o que somos, tudo tem o seu valor que é muito ou pouco, porque cada cabeça sua sentença.
Um objecto tem um historial que nos aproxima ou afasta. E porque vivemos num mundo industrializado as peças únicas são tão raras e ganham importância pela sua singularidade, no entanto, também os mais banais objectos valem ouro, como sejam a chave da porta de casa ou do carro, o telemóvel, a carteira, a fotografia de um familiar querido, ou a prenda recebida num contexto memorável adquirem uma importância insofismável, quer pela sua utilidade no momento, quer pela sensibilidade de cada um.
O meu ateliê está repleto de objectos que valem o que valem. É as cores, é as formas, é a sua história, é a sua utilidade. É tudo, em suma, o que me faz gostar, ou não, desta ou daquela peça. Como toda a gente.
Recordo hoje as palavras de Carlo Goldoni:
“Discutir gostos é tempo perdido; não é belo o que é belo, mas aquilo que agrada.”
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