— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
Trinta e seis anos depois, este dia continua marcante por mais uns tempos. Antes e depois do 25 de Abril se faz a História deste Portugal democrático contemporâneo. Não vou falar das injustiças, do oportunismo, da ganância, da má-fé, do desencanto, e de tantos males dos nossos dias. O que quero dizer, recordando José Régio:
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
E vos deixo com a poesia de Manuel Alegre, a música e a voz de Adriano Correia de Oliveira : “Trova do vento que passa”.
ADOREI! A pintura, as palavras, o sentir....
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