quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dias tristes



A vida é assim. Uma desgraça nunca vem só. Agora, todos os dias, vivemos com a inquietação do descalabro económico e com a perspectiva da hecatombe social. E, quando associamos o que se passa no país, mais as tragédias dos nossos amigos e conhecidos, a tristeza dos dias é ainda maior. É como me sinto.

Esta minha obra feita faz tempo, é um dos painéis que constituem “A Minha Vida”. Aqui, este díptico é uma referência ao mundo infantil com o brinquedo a dominar a composição e que tinha, na minha infância, a magia e o encanto que as novas tecnologias do lúdico-infantil substituíram. Coisas de um outro tempo, de um outro modo de viver e olhar a vida, tão longe das tragédias e dos desencantos.

Para fazer este trabalho dividido em três partes composto por seis telas agrupadas em dípticos de 160x60 fiz inúmeros desenhos prévios. Léger foi uma referência e uma fonte de inspiração. As cores e a pincelada foram obtidas após muitas construções e destruições. História da Minha Pintura.

E vos deixo com as palavras de Blaise Pascal:

“Tudo o que sei é que devo morrer em breve; mas o que mais ignoro é essa mesma morte, que não saberei evitar.”

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