Precisamos todos, todos mesmo, de companhia para vencer a solidão e o silêncio do vazio. Precisamos de sentir, ao pé de nós, um pulsar. E quando nos falta o calor humano recorremos aos animais. Cães e gatos são hoje uma presença constante nos muitos lares vazios de gente. E são eles, quantas vezes, os nossos únicos companheiros. Coisas dos tempos. Tempos dos afectos trocados.
Estes desenhos são apontamentos espontâneos dos animais que preenchem os cantinhos das nossas casas. Aqui, como sempre, procuro registar com linhas múltiplas o recorte formal da configuração do que pretendo desenhar. Não uso borracha e quando o traço não passa pelo local certo a solução é simples: risco de novo. Os meus desenhos são um conjunto de linhas "certas" e linhas "erradas". Linhas que originam desenhos e estes podem ser o embrião de pinturas, já que tudo o que pinto é iniciado com desenhos, uns mais, outros menos elaborados, mas, mas mesmo todos, nascidos de emoções ou desejos de retratar a realidade. História da Minha Pintura.
E recordo Paolo Mantegazza que escreveu:
"Os afectos podem às vezes somar-se; subtrair-se, nunca."
E vos deixo hoje com a 7 ª sinfonia de Beethoven que tem a vitalidade, a energia e a paixão que tanto nos falta hoje, neste mundo cheio de vencidos da vida.
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