Há ruas e ruas. Umas são encantadoras e têm tudo: casas, lojas, gente e muita animação. Outras, pelo contrário, são o oposto: sem gente, nem encanto. Assim é a nossa paisagem urbanística: com vida citadina ou sem ela. As ruas, como sabemos, têm mais encanto quando estão vivas. E vivas significa gente, movimento, luz, e, quanto tudo isto acontece, têm, naturalmente, mais encanto. Infelizmente as nossas ruas vão perdendo vida por mais belas que sejam. São os novos tempos. Os novos tempos.
Esta pintura sobre tela retrata uma rua que, como todas as ruas das nossas cidades, têm nas lojas pólos de encanto. Para fazer este trabalho houve um cuidado na construção da estrutura intrínseca da composição e, uma escolha das cores, acentuando os vários planos para sugerir profundidade. História da Minha Pintura.
Recordo hoje, um excerto, do poema "Gato que brincas na rua" de Fernando Pessoa:
"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua,
Porque nem sorte se chama..."
E vos deixo com a música de Stravinsky que ilustra, para mim, a musicalidade do bulício da rua.
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