O espaço, o nosso espaço, é o nosso território. E, como sempre, é nele que nos sentimos seguros, ou seja, reis deste mundo e do outro; senhores de tudo; senhores na aparência e no fingimento, mas sempre senhores. Somos assim, reconhecendo ou não a verdade. E é no nosso ambiente, peculiar, que construimos o melhor e o pior. Bem ou mal por cá andamos. Ora reconhecidos, ora ignorados e, quase todos, infelizmente, seres infinitamente transparentes, mesmo no nosso espaço.
O ateliê é o espaço do pintor: tem luz, muita tralha e sempre caótico. É assim quando se trabalha com tintas e pincéis. Com silêncio ou sem ele. Esta tela retrata um espaço desses mas, arrumado, o que significa que o pintor não pinta. Linhas e cores cinzas definem este ambiente geometrizado e profundamente orientado pela cultura renascentista, onde a simetria disfarçada é uma das características. Histórias da Minha Pintura.
Hoje trago as palvras de Eurípides, in "Fragmento":
"Fala se tens palavras mais fortes do que o silêncio, ou então guarda silêncio."
E vos deixo com a música de Rossini :"La Gazza Ladra", aqui sob orientação de Claúdio Abbado em 1991, em Viena de Aústria.
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