sábado, 28 de novembro de 2009

A casa da tia-avó




"...Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem..."

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" Heterónimo de Fernando Pessoa

Não me lembro da única avó que me conheceu. Tenho as fotografias que atestam a comunhão entre mim e a mãe do meu pai. Apenas isso. E só isso. E é este nosso modo existencial, em que o melhor de nós não passa para as gerações futuras, que nos demonstra, mais uma vez, a nossa menoridade, comparativamente à grandeza da vida e dos deuses, sejam eles o que forem. E, como desenhador compulsivo, registei os ambientes, as pessoas, o contexto, os modos de estar e ser dos meus tios-avós que, felizmente, conheci. Os desenhos comprovam essas vivências. Aqui, o mobiliário é um certificado do posicionamento social que a minha pena captou em tempos longínquos. Era maravilhoso, todos os dias, surgia com o meu caderno e desenhava, desenhava e eles adoravam. Viam nascer as formas, os rostos, as parecenças e eu feliz ficava. História da Minha Pintura.

E vos deixo com a música que vinda da Áustria e criada por Johan Strauss encantou o mundo:"Valsa de Viena".


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