quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Nem sempre sou igual



Nem Sempre sou Igual no que Digo e Escrevo

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cores da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés –
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma...


Alberto Caeiro, in “O Guardador de Rebanhos – Poema XXIX”
Heterónimo de Fernando Pessoa.

Esta pintura, em tela, é parte de um biombo, de grandes dimensões. A ideia deste trabalho nasceu de uma proposta e que se traduziu na feitura de cinco biombos. Primeiro coloquei as telas no chão e construí com fios, alfinetes , régua e esquadro a “arquitectura” da pintura. Depois do desenho feito passo para a pintura propriamente dita, ou seja, tintas e pincéis num jogo de construções e destruições. E começa então a “guerra” com alegrias e muitas desilusões. História da Minha Pintura.


E vos deixo com a voz perturbadora de Maria Callas em Casta Diva da ópera a Norma de Bellini.



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