Nascemos, vamos mudando e morremos. Entre o início e o fim acontecem episódios, histórias, recordações, e muitas mudanças. E o ciclo da vida repete-se de geração em geração, através do tempo. E continuamos sabendo ou não, tirar partido do viver. Uns constroem novos mundos. Outros destroem o que duramente tantos edificaram. E assim continuamos com glória e desgraça, sabendo todos que o futuro é sempre um fechar de olhos definitivo, quer sejamos crentes, ou não, desta ou daquela maneira de olhar o nosso destino. É a vida. De todos nós.
Esta pintura, de grande formato, é um tríptico que, procura, talvez, excessivamente, num discurso narrativo ilustrar a nossa vida desde o berço à sepultura. Não serei eu a pessoa indicada para dissecar esta minha pintura que, como todas as outras, é o meu olhar sobre o significado e a importância de cada um neste mundo, onde uns vivem e, outros, sobrevivem. Tecnicamente, procurei criar três momentos diferentes não mudando as cores em cada painel para obter uma leitura mais homogénea. Interior e exterior representados em simultâneo com luzes, sombras e cores muito fortes procuram também sugerir espaços profundos. História da Minha Pintura.
Recordo hoje as palavras de Michel Montaigne:
"A nossa grande e gloriosa obra-prima é viver a propósito."
E vos deixo com a música de Beethoven: "Sonata ao Luar", aqui interpretado por Vladimir Horowitz no 3º movimento.
Esta pintura ao ser vista de longe consegue acentuar a perspectiva que se esgota quase num ponto único fazendo lembrar a viagem no tempo que é a Vida, a distância que nos afasta os olhares sobre o presente; o passado longínquo e os ciclos das gerações que se sucedem; sonhos repetidos, comuns, que quantas vezes centralizam, também aqui no espaço,a razão de viver; grandes portas da Vida, abertas, como num palco: gostei de ser espectadora nesta narrativa pictórica deambulando no silêncio constante das cores.
ResponderEliminarObrigada por mais esta Obra!
MG