quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Seres alados



Voamos e percorremos os céus em busca do elixir. E de tanto voar pelo infinito perdemos a noção do real e, quantas vezes, nunca mais voltamos. Viajamos eternamente esquecendo o presente e vivendo do passado para o futuro. E porque nos perdemos andamos por aí ao Deus dará, inconscientes da consciência e conscientes da inconsciência. Para quê?

Esta aguarela feita para se integrar no período natalício procura, dentro da iconografia cristã, relatar os episódios da fantasmagórica alegoria do voar em busca da felicidade eterna que, como todos conscientemente sabem, não passa de balelas fundamentalistas, que o progresso científico não consegue convencer pelas certezas da ciência. Enfim, coisas da natureza humana. Aqui, procurei retratar uma panorâmica da cidade do Porto e, em simultâneo, coloquei duas personagens num jogo de cores característico do cromatismo granítico da Invicta. História da Minha Pintura.


Recordo hoje as palavras do padre António Vieira:

"Queremos ir ao céu, mas não queremos ir por onde se vai para o Céu."


E vos deixo com a música de G. F. Handel e "Sarabande".




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