quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os esquecidos



Conhecemos tanta gente. É na rua, é no café, é no transporte público, é na praia, é no emprego, é em todo o lado. E em todo lado esquecemos. Esquecemos quase todos. Esquecemos até aqueles que um dia foram tão próximos. Esquecemos os rostos, as vozes, os gestos. Esquecemos. Afinal, tudo não passa de episódios que o tempo, sempre o tempo, nos leva da memória.

Adoro fazer retratos. E adoro porque cada pessoa é única. Não há duas iguais. Cada um de nós tem qualquer coisa de diferente. E é o desejo de captar a singularidade que me seduz no retrato. Aqui, nesta pintura em tela formada por dois elementos, de grandes dimensões, procurei obter a essência da personalidade de cada um. Foi longo e demorado o trabalho para conseguir plasticamente obter o resultado desejado que se iniciou, como sempre, com o desenho e só depois com a luta das cores. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de Thomas Fuller, in “Gnomologia”:


“Esquecemo-nos todos de muito mais do que nos lembramos."


E vos deixo com a música de Puccini e “Madame Butterfly” que, como se sabe, é uma história trágica em que o amor de mãe jamais esquece o filho perdido.

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