Há as normas; as condutas; os valores; os interesses; e há, também, a vida de todos com todos. E porque nem sempre as normas devem ser normas, nem os valores devem ser valores, nem os interesses devem ser interesses, o mundo gira e gira com excessos e mais excessos. E é preciso, quantas vezes, esquecer tudo. Tudo significa excessos que valem o que valem. Umas vezes só fazem bem, outras nem tanto. E assim aprendemos que tudo é nada e nada é tudo, de acordo com as circunstâncias.
Estes meus desenhos resultam do desejo de criar obras em que o excesso é o objectivo estético. Num país rico de artesanato em que as cores e as formas pecam por excesso, naturalmente tinha de alinhar neste jogo de crítica social. História da Minha Pintura.
Recordo hoje as palavras de François La Rochefoucauld, in “Máximas”:
“Há uma infinidade de comportamentos que parecem ridículos e cujas razões ocultas são muito sábias e muito sólidas.”
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