quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A primeira imagem




A primeira imagem vale o que vale e, às vezes, corresponde ao nosso acertado juízo crítico, outras vezes, como acontece tanto na vida, avaliamos mal e, no entanto, os instantes iniciais podem fazer toda a diferença. Concordamos ou repudiamos; aceitamos ou não; gostamos ou não; alinhamos ou não; pactuamos ou não. E é a diferença entre fazer parte ou não que nos leva pelos caminhos certos, ou errados que, o tempo, e sempre o tempo, assinala como correcto ou não. E tudo isto porque a primeira imagem nos marca e tomamos partido (quantas vezes) sem ver com olhos de ver.

Esta pintura é mais um dos muitos retratos que fiz e que me enchem de prazer ao criar as formas que identificam as personagens, quer pelas parecenças físicas, quer pelas posturas e sensibilidade que transparecem das formas, cores, sombras, texturas, claro-escuro, enquadramento e tema. Como é habitual, neste intrincado mundo onde a imagem domina, busco a tal imagem que faça a diferença. Como sempre procuro enquadramentos diferentes com as cores e as pinceladas do costume. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de John Watson:

“O que nós fazemos é o que fazemos, e o que fazemos é o que o ambiente nos faz fazer”.

1 comentário:

  1. Será que o retrato é um trabalho criativo?
    Ou apenas uma representação da realidade?
    Tal como o caricaturista que vai buscar aqueles pormenores que melhor identificam a pessoa; quando dizes que crias as formas, não será mais uma reprodução do teu ponto de vista?
    A leste destas elucubrações (já sei que me vão saltar em cima 2ª feira...), devo dizer que é dos trabalhos que aqui partilhaste connosco, aquele que mais gostei.

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