O nosso cantinho é o lugar por excelência onde gostamos de estar. É no café do costume, na sala perante a televisão, junto ao rio enquanto se finge pescar, ou, no pior dos casos, em lado nenhum. Em casa fomos edificando os bens que nos servem de aconchego e com eles convivemos. E assim passamos o tempo. O pouco tempo que nos coube em sorte. No nosso cantinho.
Esta pintura, em tela, é um retrato dos muitos cantinhos que povoam as nossas casas caracterizadas pelos objectos culturalmente presentes, que nos servem de consolo. Num jogo descritivo, formas e luzes procuram criar uma atmosfera narrativa, em que a perspectiva, muito acentuada, procura dar maior ênfase ao espaço. Histórias da Minha Pintura.
Recordo, um excerto, do poema de Florbela Espanca, in “Charneca em Flor”:
A Nossa Casa
“A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!”
E vos deixo com a música de Isaac Albeniz e “Asturias”.
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!”
E vos deixo com a música de Isaac Albeniz e “Asturias”.
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