terça-feira, 27 de outubro de 2009

A nossa casinha




É o nosso espaço. É o nosso lar. É o nosso abrigo. É aqui entre paredes que vivemos, ora rodeados de mordomias, ora comendo o pão que o Diabo amassou. Quer num caso, quer noutro, é o nosso espaço que nos liberta ou oprime. E assim vivemos, felizes, com muito ou pouco e, infelizes, com tanto ou tão pouco, entre paredes da nossa casinha. É a vida. De todos. Pobres e ricos.

Esta pintura retrata uma casa num espaço paradisíaco onde o bem-estar nem sempre é sinónimo de felicidade. Mais uma vez, procurei, nesta pintura, como em todas as outras, criar uma imagem que fosse a expressão do sentir e do desejo. Em termos técnicos a sugestão da volumetria e do espaço é feita através da combinação da perspectiva e das tonalidades cromáticas.Histórias da Minha Pintura.

Recordo hoje um excerto do poema “A Nossa Casa” de Florbela Espanca, in “Charneca em Flor”:

“…Onde está ela, amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?...”


E vos deixo com a música de Massenet e a obra “Meditação de Thais” que nos dá a tranquilidade e o encanto que todos desejam ao regressar a casa, aqui com a mestria ao violino de Anne-Sophie Mutter.



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