Vivemos segundo a segundo. Tudo é feito tendo em conta cada instante de tempo. Sem darmos conta, escravos ficámos, deste nosso modo de cumprir horários. E será cada vez pior. Em nome do progresso, e das novas tecnologias, o comportamento humano é mais uma peça da engrenagem do funcionamento social. É o relógio que nos indica, o tempo certo, para fazer isto e aquilo. O relógio!!!
Esta tela, de 1995, é mais uma visão da necessidade de estar no espaço, com a dimensão do tempo. Em todo o lado, precisamos de saber -as horas a que temos direito -, para fazer (ou não fazer) o que gostamos. Cada invento nem sempre veio tornar a vida dos humanos melhor. Até piorou (algumas vezes) a liberdade de estar ou não estar; de fazer ou não fazer!!!
Esta tela de 1995 é - de acordo com a temática pictórica da época -, um olhar cheio de cor e de configurações vibrantes. Mais uma vez, pretendi que as formas fossem simples para fortalecer a mensagem, tendo sempre presente que uma pintura não é um romance, nem deve nunca transformar-se numa escrita. A pintura é, apenas, um jogo de formas e cores, que transmitem ideias de leituras díspares. História da Minha Pintura.
E vos deixo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade:
“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes."
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