Prever, como se sabe, é sempre, por antecipação, imaginar o futuro. Este ( o futuro) pertence ao mundo da futurologia e da astrologia, que , como acontece muito, é batutice e ignorância. Afinal, coisas da fé, ou do fundamentalismo. Mas é mesmo assim. Há os que vivem ( e bem) com as probabilidades. E disso fazem vida. E da boa. Mas eu não.
Esta tela, de 1995, é um olhar pelo espaço privado, com as diferenças entre os lugares reais e virtuais, de cada um. Todos nós temos o nosso espaço que é, como todos os lugares, muito ou nada importante, na escala social. Aqui, a referência ao contributo do trabalho, daqueles que tudo fazem e pouco recebem, é afinal a história da vida de muitos, dos que trabalham. A vida é sempre, como todos sabemos, composta pelo antes e o depois, com sucessos e fracassos, de acordo com a dimensão dos objectivos de cada um.
A representação espacial e a multiplicidade de elementos figurativos fazem parte deste meu trabalho pictórico, onde as cores saturadas predominam, num contexto em que as formas pecam pela simplicidade formal. História da Minha Pintura.
E recordo hoje as palavras de Edmund Burke:
“Nunca se pode planear o futuro pelo passado”.
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