Esqueço-me das Horas Transviadas
Esqueço-me das horas transviadas
o Outono mora mágoas nos outeiros
E põe um roxo vago nos ribeiros...
Hóstia de assombro a alma, e toda estradas...
Aconteceu-me esta paisagem, fadas
De sepulcros a orgíaco... Trigueiros
Os céus da tua face, e os derradeiros
Tons do poente segredam nas arcadas...
No claustro seqüestrando a lucidez
Um espasmo apagado em ódio à ânsia
Põe dias de ilhas vistas do convés
No meu cansaço perdido entre os gelos
E a cor do outono é um funeral de apelos
Pela estrada da minha dissonância...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Esta tela branca é o palco que espera pelas tintas e pela imaginação do pintor. De vez em quando, o vazio invade tudo e nada deixa para a criação. De tempos a tempos, nada faço, porque não consigo pintar com convicção, nem com vontade, nem com determinação. E tenho mesmo de parar. Parar para pensar. Pensar para ganhar alento. É assim que eu trabalho. História da Minha Pintura.
Esclarecimento:
Acontece. Acontece a todos. E mais ainda aos distraídos. Esqueci-me da senha que tinha alterado. As novas tecnologias não perdoam ( as máquinas têm sempre razão). O blog sem senha não funcionava. Agora que está reposta a normalidade tudo vai ser (quase)como dantes. Irei continuar a publicar pequenos textos, pontualmente com músicas, e, sempre, a minha pintura. De diário este blog passará a semanal. O tempo- sempre o tempo -, não me permite esta rotina que, confesso, me tira tempo à pintura, razão principal, afinal, do nascimento deste blog que é :divulgar o meu trabalho.
E vos deixo com a música de Puccini, as vozes de Plácido Domingo e de Mirella Freni em “Madame Butterfly”.
QUERIDO Amigo: fico sempre à espera das tuas belas obras. Virei sempre ver o q há de novo.
ResponderEliminarE entendo muito bem a necessidade de uma pausa...
Pintar é vencer a preguiça e as contrariedades.
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