terça-feira, 4 de maio de 2010

Juventude


Juventude
Lembras-te, Carlos, quando, ao fim do dia,
Felizes, ambos, íamos nadar
E em nossa boca a espuma persistia
Em dar ao Sol o nome do Luar?

Tudo era fácil, melodioso e longo.
Aqui e além, um súbito ditongo
Ecoava em nós certa canção pagã.

Contudo o azul do mar não tinha fundo
E o mundo continuava a ser o mundo
Banhado pela aragem da manhã!...


Pedro Homem de Mello, in "O Rapaz da Camisola Verde".

Monopólio era um jogo de adolescentes. Hoje ainda existe na versão digital, este didáctico e apologista meio de promoção da sociedade dos muitos bens (para alguns), e talvez já não tenha o encanto de outros tempos. Tempos em que o significado do jogo era bem diferente da realidade monopolista da economia real. Eram outros modos de olhar sem sentido crítico a verdade das coisas. Fantasias da juventude, afinal. E, porque foi marcante este modo de passar o tempo, retratei um espaço juvenil, onde os objectos marcantes de um modo e de um tempo formavam uma visão dos interesses de uma época.
As cores são comuns às telas dessa temática intimista dos anos 80; e as formas são grotescas, como denunciam os trabalhos desse tempo. História da Minha Pintura.

E vos deixo ( hoje deu-me para isto) com a música daqueles anos loucos e John Lennon e “Imagine”.


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