O fazer qualquer coisa implica conhecer os modos de actuar para realizar o pretendido. Em termos artísticos, trabalhar para realizar produtos que marquem a diferença pela diferença formal, geram, naturalmente, curiosas observações sobre como se chegou aí. Quando alguém faz um determinado objecto/artigo/intervenção que pela sua originalidade gera incógnitas sobre como se fez, cria curiosidades, desejos de descobrir a forma e o conteúdo. Aqui começam os problemas.
Por razões que considero, em primeira instância, de insegurança, há aqueles que não querem dizer como se faz. Em determinados contextos e situações percebe-se. Um mágico ao revelar como se faz um truque, perde todo o simbolismo e magia do acto que é o seu trabalho. Deixa de ter qualquer interesse, após se saber como se faz este ou aquele “milagre”. A magia deixa de ser magia. Nas artes plásticas não é assim, no entanto, por muitos medos, boa gente prefere conservar os seus segredos. Segredos do ofício.
Aqui, e agora, mostro desenhos embrionários, porque correspondem às primeiras ideias. Num ápice, num qualquer local, puxo de um caderno e risco no papel umas linhas que serão posteriormente trabalhadas a um outro nível até ao objectivo final: a tela ou a aguarela. Segredos desvendados.
Como devem ser interessantes esses caderninhos! Não serão literalmente mágicos, mas sinto uma grande curiosidade agora mais vincada depois de ter visto estas páginas, registos primeiros de pensamentos ou ideias em combustão. Serão os embriões de algumas obras. A magia não se perdeu, porque a magia para além da forma pode ser sobretudo o seu conteúdo, a sua essência, não só a sua ciência.
ResponderEliminaraidaB