terça-feira, 28 de julho de 2009

A linha




O meu trabalho artístico tem um elemento formal constante. Não é a mancha, não é a luz, não é o tema, não é a cor, não é isto, nem aquilo. É a linha. A linha é o princípio e o fim. Começa com linhas e acaba com linhas. Começa quando desenho, e desenho sempre. Começo por desenhar tudo o que vou pintar e termino assinando o meu nome na parte da frente da tela, e também na parte de trás.

A composição é dominada pelo desenho mesmo que seja a cor, o tema, o enquadramento ou outro qualquer elemento a chamar a atenção. O desenho é a alma do meu trabalho e a linha a sua alma gémea.

Este desenho mais não é que a conjugação de linhas, quase todas com a mesma expressividade e espessura, que acabam por definir uma imagem tão comum aos pintores: caixa com tintas, pincéis e tela no cavalete. O número, que surge no desenho, nasceu de um diálogo que tive com um conhecido e já falecido galerista. E mais não digo. Segredos da minha pintura…

1 comentário:

  1. As linhas nascem paralelas ou cruzadas, curvadas ou esticadas, recortadas.
    Reforçadas, avivadas.
    A linha, o caminho que se constrói e estrutura a cada passo, apesar de enganos e desenganos. Os volumes e os espaços a nascer.
    Nas entre linhas se inscrevem novas imagens, personagens; os poemas a crescer, a dizer.
    A linha de água e a linha da vida que surge e se contempla em cada criação, fruto de união.

    A obra, em cada obra sempre presente, a linha do pensamento inicial e o seu resultado final.

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