quarta-feira, 15 de julho de 2009

Bem dizer, mal dizer





“… Heitor, filho de Príamo,…Eurimedonte, filho de Ptolomeu,...Méon, filho de Hémon,…Equepolo, filho de Talísias,… Elefenor, filho de Calcodente,…Simoísio, filho de Antémion,…Democoonte, filho bastardo de Príamo,…Tritogénia, filha de Zeus,…Diores, filho de Amarinceu…” Assim se falava de quem era quem. Outros tempos. Tempos da Ilíada de Homero que escreveu estas palavras no ano de 725 a.C. É o bem dizer.

Hoje, no século XXI, é o Dr. António, o Juiz Pontes, o Capitão Caetano, o Arquitecto Duarte, o Engenheiro Ernesto e assim sucessivamente. Novos tempos. Em primeiro lugar coloca-se a profissão ou curso e, depois, o nome do próprio, sem a identificação sublinhada do ramo descendente. Pobres pais. É o mal dizer.


Esta pintura de pequenas dimensões, reflecte as características do diminuto formato. Estas obras precisam de ser trabalhadas com pincéis muito finos e obrigam a um cuidado acrescido nos pormenores pequeníssimos e, neste caso, confesso, é apenas um estudo prévio de um pormenor de uma outra tela, essa sim, de dimensões substancialmente maiores. Segredos da pintura…

E vos deixo com as palavras de Kafka, in Carta Ao Pai:

“…Sempre te quis bem, mesmo quando parecia não agir contigo como os outros pais, precisamente porque não sou capaz de fingir como os outros…”

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