Falamos tanto e dizemos tão pouco. Falamos de tudo. Bem e mal. Conhecendo as questões ou não. Falamos por falar. E ainda bem que assim é. Mal daquele que se julga senhor da verdade absoluta. Felizmente que ainda temos locais que são sobretudo pontos de encontro, onde se deseja, sem dúvida, falar e ouvir falar. São as conversas de café. Valem o que valem. Valem sempre muito. É a companhia. É o estar com os outros. É o viver social. É o desejo do prazer. É tanta coisa. O Café enquanto local é variado na configuração e nas gentes, todavia, rico ou pobre é aí que acontece o encontro e o desencontro de ideias.
Almada, Picasso e Van Gogh, por exemplo, deixaram obras que atestam a importância do Café como local de encontro e de camaradagem.
Esta tela retrata um estar numa mesa de Café, onde o diálogo está onde está.
E vos deixo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade, in “ Discurso da Primavera do poema Constante Diálogo”:
“Há tantos diálogos
Diálogos com o ser amado
o ser semelhante
o ser diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
…”
Nestas "conversas de café", o estar sem estar, o dizer sem dizer e o nada fazer.
ResponderEliminarAs palavras que não se dizem mas se sentem porque queremos ou pensamos.
Os olhares e aromas que interiorizamos sem verdadeiramente os consumirmos.
Passagens, momentos, lembranças, rápidas ou nem por isso.
Pontos de encontro ou desencontro.
Pontos de partilha ou de solidão.
O café, o verdadeiro, o mágico elixir dos Deuses, e o seu doce pretexto de Reunião.
O pintor captou o momento, igual em tantos protagonistas; os silêncios e as ausências daquilo que era, dos pensamentos que se não querem, da distância; da fronteira em torno de uma mesa redonda que devia unir, aproximar, mas que também por ser redonda coloca em movimento espiral o subconsciente, transportando irremediavelmente para longe o tempo e oportunidade deste encontro.
ResponderEliminarOlá João! Que maravilha e que bálsamo para os olhos o teu blog. Pintas muito bem e a escrever não ficas atrás ... Ainda te lembras do blog da filhota? "Forget"! Aprendi mais no teu blog, num minuto, que em outros sítios um dia inteiro ... Foi um prazer conhecer-te. Vemo-nos por aí. Um abraço.
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