Temos tantos tesouros. Uns materiais, outros afectivos. Aqueles que amamos e que gostam de nós são, sem dúvida, os tesouros maiores. Os maiores de todos. Depois temos os outros, os tesouros materiais que valem o que valem, de acordo com a nossa personalidade, os nossos desejos, os nossos sonhos, a nossa cultura. Um dos meus tesouros é a colecção completa das obras de Mozart. É um tesouro enorme para mim. Vale o que vale, porque eu preciso de ouvir o genial compositor austríaco. Ele é um pouco de mim, porque todos os dias ouço a sua música. E quem descobre Mozart encontra e tem tantos tesouros.
Muitos foram os grandes homens de letras que escreveram sobre a música e não resisto a este excerto do poema “A Música“de Charles Baudelaire, in “As Flores do Mal”:
A música para mim tem seduções de oceano!
Quantas vezes procuro navegar,
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano,
Minha pálida estrela a demandar!...”
E, porque hoje falo de Mozart, termino com a excelência da genial “Flauta Mágica” aqui na voz que mais admiro – Dietrich Fischer-Dieskau, no papel de Papageno.
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