Todos os dias o mundo onde vivemos (e só há este) muda. E nós mudamos também. Quem não muda, quem não quer mudar fica de fora. De fora significa caminhar contra a maré que tritura e destrói tudo e todos. Assim é. Para o melhor e para o pior. O pior é estar no sítio errado, no tempo errado. Este é o grande drama do nosso século. Circulamos de uma ponta a outra do planeta, encontramos culturas e modos de viver com interesses diferentes, e porque queremos impor os nossos ideais vivemos eternamente em conflito. Conflito de gerações e de povos. Até ao fim da nossa existência. Até ao fim do nosso mundo.
Esta aguarela ironicamente chamada “Jardim das Delícias”é a entrada de um espaço que criámos para enterrar os nossos entes queridos e chorar quantas vezes pela saudade e pelo remorso. Quantas vezes?
E recordo hoje, mais uma vez, Fernando Pessoa e “ O Livro do Desassossego”:
“ …Só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver.”
Mundo nosso, mundo meu
ResponderEliminarNão escolhi nascer
mas pude escolher viver
andar por mundos distantes
procurar meu mundo tão breve
tão fundo ir voltar viajar
nascer e renascer
quando a energia acabar
repousar
passar para outro lugar!