terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Interior(es)



Há espaços e espaços. Há momentos e momentos. Tudo depende da disposição e do olhar para a realidade com olhos de ver ou de imaginar. Ver é também um acto de inventar. Inventar o que queremos ou julgamos existir. Quando olhamos para as coisas construímos teorias e só teorias. A verdade é o que a nossa consciência dita. E a verdade das coisas, dos espaços e dos momentos é tão só uma questão de ajuizar. E ajuizar é sempre um acto individual que, como sabemos todos, cada cabeça sua sentença. Coisas dos Homens. Pois claro.

Esta pequena tela é a representação de um espaço interior que deixa ver a natureza ali tão perto. Para uns, um sortilégio; para outros, não. Opiniões e só opiniões. Gostos e sensibilidades. É assim o mundo feito. Desta vez procurei conciliar dois espaços: interior e exterior e estabelecer uma relação onde a presença humana tão presente, está ausente, ou, estando ausente, está presente. As cores do costume e a pincelada rápida definem este trabalho de quem quer dizer tanto, em tão pouco tempo. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de Victor Hugo, in “O Homem que Ri”:
“A carne é cinza, a alma é chama”.

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