Já não podemos acreditar. Acabou. Nada é como dantes. Vale tudo. A verdade de hoje é a mentira de amanhã. Podem ter boas maneiras. Podem dizer isto e aquilo. Factos são factos. As palavras valem o que valem. Os compromissos não valem nada. É assim na nossa terra.
Não resisto porque está na minha massa do sangue. Se tiver por perto uma folha e um lápis risco e risco e volto a riscar. E é assim que surgem os meus desenhos. Enquanto uns fumam ou conversam, mesmo nas mesas do restaurante, eu desenho. E desenho num ápice sem grandes preocupações estéticas nem temáticas. O prazer do riscar e de ver nascer as formas suplanta tudo. E assim nasce a minha crítica social, onde a verdade e a mentira coexistem, muitas vezes, registada nas toalhas de papel, na areia da praia, nos vidros poeirentos, em suma, em todo o lado. História da Minha Pintura.
E vos deixo com palavras extraídas de textos bíblicos, in “Jeremias 9,2”:
“ É a mentira e não a verdade que prevalece na terra.”
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