sábado, 30 de novembro de 2013

Gostar de ler




 
 
 





João Alfaro

Pinturas em tela de 100x60 cm

 

 

Confesso que me faz imensa impressão ver quase toda a gente à espera- sabendo que estarão, ali, tempos infindos, sem nada para fazer, nem conversar – e com tanto livro para ler. Por razões que não quero intimizar, aproveito os tempos mortos que passo, nesses espaços pré-definidos de espera, para ler. Confesso, também, que muito do que leio resulta desse tempo em que sou obrigado a estar. E de tanto estar vou lendo. Hoje, dia 30 de novembro de 2013, tudo estava programado para ser, para mim, um dia diferente. Muito diferente: com encontros familiares; uns muito comuns, outros nem tanto, e, contudo, pelas moléstias que o tempo comporta, o desfecho foi outro. De convivas expetáveis restou-me o silêncio da espera e a voragem da leitura. Do previsível cenário dos rostos uns mais familiares que outros, e das comezainas excessivas das gastronomias dos eventos, fiquei com a descoberta da escrita, de quem, nesta caso, um escritor brasileiro – Machado de Assis - me fez viajar pelo tempo ( século XIX ) e pela vivência dos costumes, hoje deslocados e despropositados. Adorei ler. E agora ansioso por concluir o “Dom Casmurro”. Confesso.

 

E, porque ler é descobrir, fantasiar, e, sabiamente, ver correr os dias, não posso como ilustrador de um tempo, não pintar a magia da leitura, numa homenagem aos que escrevem e aos ( não muitos) que se prazenteiam com as letras...dos outros.

 

E vos deixo com as palavras de Arthur Schopenhauer:

 

“Ler quer dizer pensar com uma cabeça alheia, em lugar da própria.”

 
 
 


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