quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Perdidos e achados









João Alfaro



Aguarela, 2007






Andei a arrumar o meu acervo onde guardo uma parte das obras que faço e que, como é normal com todos os artistas, se acumulam pelos espaços e se espalham pelos cantos e recantos. E foi neste reorganizar que encontrei obras que a memória esquece com o tempo. Tanto trabalho feito com dedicação e sonhos que hoje pouco ou nada querem dizer, porque somos outros na mudança e na circunstância.






O que faço com a minha pintura é aquilo que em determinada fase me parece importante, neste dialogar onde o silêncio é de ouro e a comunicação se faz pela especulação da imagem, e que é o significado das mensagens plásticas sem narrativas literárias, onde importa apenas o discurso da essência da significância. Formas, cores, sombras, luzes, texturas,  poses, são afinal uma teia de pensares que se reduzem a tão pouco, quando apenas se olha sem se ver e acontece tanto nas exposições, onde (parece) que o mais importante é aparecer e marcar presença pelas variadas razões que fazem da vivência um jogo de interesses e oportunidades.





O que apraz registar é o saborear das obras que fazem parte de mim e transportam consigo um código de conduta de um tempo e de um modo, numa eterna busca. O resto pouco importa, porque tudo é tão pouco, e o pouco é muito, quando um homem se põe a pensar.










E vos deixo com as palavras de Osho, in “Intimidade”, líder espiritual indiano nascido em 1931 e falecido em 1990 e que disse um dia:






“ A vida é uma busca – uma busca constante, uma busca desesperada, uma busca sem esperança, uma busca de algo que não sabe o que é....”

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