terça-feira, 25 de agosto de 2015

E já passaram vinte anos

 
 
 
 
 
 
João Alfaro
“Daniela e Caty”, 2015
Desenho: pastel de óleo sobre papel Canson
 
 
 
 
Em 95 fui a Londres. Não resisti e entrei naquela loja. Em vez de adquirir as eternas peças turísticas que fazem parte das viagens, para mais tarde recordar, eu fiz o que é muito meu: sempre que vejo materiais de pintura não resisto. Compro e compro. Só não consigo consumir ao ritmo das aquisições. E tudo se vai acumulando: telas, pincéis sem fim, papéis, cartolinas, paletas, fitas, tudo, tudo. Agora, passados vinte anos, por artes mágicas encontrei a caixa de pastéis de óleo adquirida nessa viagem. Foi um outro modo de recordar um tempo e, de imediato, comecei a fazer uso da quase intacta caixinha das cores. Mais uma nova fase surgirá agora com a utilização deste específico meio riscador. E, transformado numa criança acabada de receber uma prenda, só me resta desenfreadamente trabalhar com as armas que tanto me fascinam. Eu sou assim.
 
 
 
Convidado para expor, brevemente, num espaço relativamente pequeno e, porque gosto que cada evento meu seja, sempre que possível, composto por pintura nunca antes mostrada publicamente, estou agora numa saudável azáfama para corresponder aos que em mim acreditam. Surge, por esta razão, uma exposição que será composta pelo retrato de algumas das pessoas que comigo colaboraram como modelos e que agora me cabe prestar uma homenagem, porque faço da minha pintura uma ilustração dos que me rodeiam. A mostrar em novembro.
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Carlo Goldoni que um dia disse:
“Discutir gostos é tempo perdido; não é belo o que é belo, mas aquilo que agrada. “

 


Sem comentários:

Enviar um comentário