domingo, 14 de setembro de 2014

Espuma e só espuma

 
 
 




João Alfaro
“Banho III”, 2014
Pintura sobre tela de 120x80 cm
 
 
 
O significado muda com a circunstância. De uma criança não se espera o comportamento de um adulto; de um responsável não se perdoa o desleixo por dá cá aquela palha; de uma referência social se aceita tudo ou coisa nenhuma. Depende. Do momento. Da plateia.
 
Quanta desgraça por um palmo de terra? . Quanta mentira por um nevoeiro desejo? . Quanta tormenta e mortandade por miragens utópicas? . O que fica são terras ao abandono, passado o tempo da conquista; casas vazias sem conserto; perdidos infindos sem rumo. Tudo é espuma e só espuma. Com a voragem do tempo o importante é apenas a simplicidade do estar. E mais nada, porque a espuma é o denominador comum na vida. De tanto sonho, de tanto querer, de tanto do tanto se descobre que afinal quase tudo é espuma, sendo o mais importante a vulgaridade do estar bem connosco e com os outros que nos servem de apoio, nos melhores momentos e nos outros também. E basta um olhar, uma palavra, um sorriso. O resto é espuma e só espuma.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Huges Lamennais, in “Miscelânia Religiosa e Filosófica”:
 
 
"Não apreciamos bem nos outros senão as qualidades que julgamos possuir.


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